O Doador de Memórias - Lois Lowry
Resenha:
Este livro retrata uma sociedade pós-apocalíptica, onde tudo é perfeito e funcional.
Não existem famílias, como nos moldes atuais, mas há a "unidade familiar".
Não há guerra, não há fome ou miséria ou qualquer tipo de desequilíbrio ou diferença, as pessoas que vivem nestas comunidades são educadas e corteses umas com as outras.
Mas, da mesma forma que, aparentemente, tudo está em ordem, eles também tem carência de emoções e sentimentos, animais e plantas, musicas e cores.
"Como vou explicar isso? Antigamente, na época das lembranças, tudo possuía uma forma e um tamanho, como todas as coisas ainda têm hoje, mas também possuíam mais uma qualidade chamada cor. Havia uma porção de cores, e uma delas se chamava vermelho". Pág. 98
Eles vivem na chamada "mesmice" e estão satisfeitos com esta situação, pois é só isto que eles conhecem.
Os jovens, ao completarem 12 anos, são designados para as atribuições (profissões) que irão exercer até certa idade, depois passarão sua velhice em centros especializados e, posteriormente, após uma linda cerimônia serão dispensados.
Jonas é o protagonista em O Doador de Memórias, ele irá desempenhar a função de Recebedor de memórias, pois ela só pertence a uma pessoa, ninguém na comunidade possui sabedoria ou lembranças sobre o passado.
"Pensei que só nós existíssemos. Achei que só existisse o agora". Pág. 82.
"...há tantas coisas que eu poderia lhes dizer, coisas que seria bom que modificassem! Mas eles não querem mudanças. A vida aqui é tão ordenada, tão previsível. Tão indolor. É como eles escolheram". Pág. 107
Neste livro, somente os jovens e crianças possuem nomes próprios, os demais são chamados pelos seus cargos ou ocupações, como Pai, Mãe, Criadores ou Engenheiros, com letra maiúscula mesmo.
Não há um aprofundamento maior nas características dos personagens, acredito que até seja pelo modo como é a vida na comunidade, sem sentimentos e emoções.
O Doador de Memórias, é uma leitura rápida e fácil, com capítulos curtos e pouco densos.
É uma ficção/distopia infanto-juvenil, mas que pode e deve ser lida em qualquer idade, nos fazendo parar para pensar sobre nossa sociedade e ações.
Sinopse
Em O doador de memórias, a premiada autora Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existem dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não há amor, desejo ou alegria genuína. Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que levam, conhecem apenas o presente – o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente. Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo. Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.
Título: O Doador de Memórias
Autora: Lois Lowry
Páginas: 192
Ficção infanto-juvenil americana
Beijos!!
3 comentários:
Fiquei rindo do teu comentário, indicando a tua postagem sobre o teu filho adolescente rs
O meu fará 15 anos na próxima quarta, 17. E pensei em fazer uma postagem pra ele. Mas já descartei. Os meninos são mais envergonhados. Sentem-se observados o tempo todo rs
Vou lá na tua postagem pra ler.
Nossa, que eu fiquei angustiada lendo a resenha, com tamanha perfeição rs
Deve ser uma leitura bem reflexiva, despertando o senso crítico. Gostei.
Quer dizer que foste uma adolescente em conflito, que nem eu?! Ai, Neli, se eu te conto as minhas lutas. O povo vê as pingas que a gente toma, mas não vê os tombos que damos.
bjs
Caraca... um mundo "perfeito", cheio de robôs? Deve ser esquisito ter tudo na maior normalidade.
E sem música? Morri. rs
Bjns
:)
Caramba Neli, lendo sua resenha percebi que eles tem o mesmo sistema Socialista com a mesma ideologia não?
Gostei!!! Muito!
Beijos Mona
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